quarta-feira, 26 de maio de 2010

Daquilo que fica trancado no peito, colocado em palavras não muito bem organizadas.


Não gostaria de escrever textos que parecem mais um desabafo sobre minha vida, mas qual escritor consegue escrever sem que uma linha que seja tenha um pouco de realidade, um pouco de si, da alma?
Tenho tanta coisa passando pela cabeça, tanta coisa pra falar, mas muitas não saem, ficam trancadas aqui no peito.
O tempo, os dias, meses, essa coisa das horas passando estão sendo difíceis pra mim, algumas vezes queria que o tempo parasse (pensando na espera), outras gostaria que o tempo voasse (pensando na dor).
Na verdade, deixar o destino seguir dá medo, insegurança. Para entenderem, como se tivesse uma coisa muito importante pra mim e ela tivesse caído em uma cachoeira.. e eu? Eu não vou mergulhar, não vou sair correndo atrás dela, nem esperar pra ver se eu a vejo em algum lugar parada me esperando no meio daquela água toda. Não, não deixou de ser especial, na verdade é talvez a mais importante, só que já passei muito tempo me dedicando a ela, me entregando, esperando e até correndo atrás sempre que preciso. E olha, eu poderia pular de um penhasco se caso ela caísse também, é que normalmente eu sempre achei que podia voar e por certas coisas arriscar ter asas é quase nada, talvez hoje pular no penhasco, voar, seria algo bem possível, diante das impossibilidades dos meus desejos.
Ah os meus desejos, passo as noites pensando neles, fazendo uma força danada pra que se realizassem, com essa minha fé que me acorda todos os dias.
Hoje pensei, fazem quase 1095 dias que eu desejo uma só coisa, 1095 noites, dias, feriados e fins de semana fechando os olhos por uma só coisa, mil e noventa e cinco dias na espera de uma única coisa, vocês conseguem entender isso?
São dias demais para alguém querer 1 (uma) coisa só, seria normal e até poucos dias para ter inúmeros desejos, querer talvez visitar um país e depois mudar de idéia, ir pro lado oposto, mas não é normal para ter apenas um pensamento firme e invariável.
Ah e por falar nisso a distância, essa palavra chega a me arrepiar, sinceramente não gostaria de escrever ela nunca mais na minha vida, mas como eu disse se quando a gente escreve sempre tem algo nosso, distância então vai aparecer muitas vezes ainda, muitas mesmo.
Distância: "Na linguagem corrente, distância é a medida da separação de dois pontos. A distância entre dois pontos é medida pelo comprimento do segmento de reta que os liga. Quando se fala na distância entre dois pontos da superfície da Terra, então a distância é o mínimo comprimento entre as possíveis trajetórias sobre a superfície partindo de um ponto e atingindo o segundo."
É e quando esse comprimento mínimo é bem grande por sinal? Quer dizer, tem coisa pior do que esse comprimento mínimo ser mesmo mínimo, mas a distância ainda ser grande? Eu sei que vocês não vão entender, mas é como se você tivesse um vizinho dos seus sonhos, mas ele é casado (não esse não é meu caso, é um exemplo..estranho, mas exemplo).
Mas, é ai que vem meu medo, insegurança, aquela coisa do destino que eu disse antes, é que esse comprimento mínimo de distância entre dois pontos vai aumentar e quando isso acontecer não será mais distância, talvez se torne fim.
Então, já não sei mais se eu terei provocado esse fim, ou se o destino o jogou na minha cara e com uma autoridade enorme não me deu escolha. Para ser sincera, eu não cheguei a perguntar para os anjos se é para ser assim, ter um fim, ficar longe, tenho medo da resposta, medo de que seja mesmo. Como eu disse essa minha fé chega a querer mover montanhas, quase sempre fecha meus olhos e eu só sei querer meus sonhos, na verdade aquele meu único desejo, querer que seja real, que seja eterno.
Mas, talvez não seja. E eu não estou mais conseguindo negar isso, nem fechar os olhos para não ver que os caminhos
não me encaminham pra você, que talvez Deus tenha oferecido uma mão, uma que vai me puxar pra longe.. longe daquele meu desejo, que vai continuar aqui comigo, mas que por decreto do destino vai se tornar um desejo impossível. Quer dizer não impossível, só que bem mais distante do que já era.
Que texto é esse? Parece mais uma latinha cheia de palavras misturadas que eu joguei e organizei conforme meus pensamentos, às vezes, loucos.
Nem é pra ter sentido, é só pra por pra fora aquela coisa trancada no peito e ver se eu consigo respirar melhor.
Por esses dias tenho sufocado cada vez mais, conforme passam os dias.. e eu já não sei mais se quero que eles passem devagar ou bem depressa.
Já nem sei mais se sonho ou choro, se vou ser feliz com o destino que queria, ou se vou ser incompleta, em um caminho que eu não gostaria de seguir.

- Rafaela Alves.

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