terça-feira, 7 de setembro de 2010


Procure não se apegar aos segundos.
O segundo seguinte pode sempre
vir carregado de algo muito melhor
e assim sucessivamente.
Não se apegue aos segundos.
O passar do tempo engana, encanta,
faz do seu hoje o peso de amanhã.
Ou talvez do amanhã o alívio.
Só não se apegue aos segundos.
Para não se apegar no que é passageiro.
Só se apague aos segundos
se puder suportar a ideia de que eles
passam, voam, correm, fogem, morrem.

- Rafaela Alves.

Sobre mistura, união, sentimento e divino.


Chegará a hora de fazer uma loucura, a hora de um desejo trancado no peito explodir, vontade de correr, ficar, uma súplica por silêncio, um grito, a hora de sorrir, o objetivo de jamais chorar.
Será você a mistura, o laçar entre os sentimentos, entre os suspiros, a união de vários vocês dentro de ti.
Eu, meu eu bêbado, louco, quieto, livre, apaixonado, sorridente. Haverá dentro de mim os segundos de mudança, haverá aqui pela alma cada pitada que faz de mim o tempero inusitado, exótico.
E então seremos esse aconchego das coisas por dentro, seremos a harmonia, ou confusão dos sentimentos, o ápice, o poço, o meio termo de coisa alguma, de tudo.
União do invisível, com o palpável. Pessoas, almas, anjos. A força que gira em torno de nós, faz parte também de nosso ser.
Eu, você, o mundo, seremos a união de sempre, renovada a cada dia. Renovam-se os sonhos, os desejos, as súplicas, a roupa, o cabelo, inova-se. E cada parte sucessiva leva a lembrança passada, faz parte.
Levo meus lapsos comigo, carrego o peso do dias que foram, carrego a pluma. Acolho os sonhos, sonho de novo, me movo por amor, em amor, loucura, pelo invisível, através do palpável, na nuvem que parece dançar pelo céu, no simples fato de que os dias passam, as noites, e a cada dia temos que reinventar um novo ser em nós, pra não cair na rotina da relação entre você e sua alma.

- Rafaela Alves.