segunda-feira, 22 de março de 2010

Sobre os cacos.


Ela se sentia (um pouco) melhor depois de alguns dias da sutil ausência que parecia bater levemente em sua janela, como faz o vento, uma brisa quase que doce de uma falta quase que insuportável de alguém totalmente especial.
Apesar dos trancos ela estava seguindo feito gente pisando em cacos de vidros, era insegura e estava com medo, mas estava andando por ali, já que era o seu único caminho.
Só que num dia assim tão escuro e molhado da chuva que passou feito furacão, ele voltou.
Voltou e trouxe com ele toda aquela doçura, aquela chuva de estrelinhas reluzentes, trouxe flores e aquela coisa toda que a encantava (muito).
Porém, ela chorou.. e os anjos não entendiam muito bem porque chorava aquela moça que tinha consigo aquele moço tão cheio de nuvens para que ela andasse e deixasse pra lá os cacos.
Então ela lhes contou que aquelas nuvens eram tão macias que chegavam a balançar demais o caminho, e que o moço era sim doce, mas não era dela.
Como não seria dela um moço que parecia a amar tanto? Ele não era dela porque eles haviam se perdido, se deixado ir, soltado as mãos deixando o fim se aproximar.
E pode duas almas assim cheias de laços vermelhos e caixas de chocolate em forma de coração se perder? Ela também pensava que não pudesse..
Pra falar a verdade ainda não pode, mas resolveram os dois assim, nessa de fazer coisas sem poder.. e ela gostaria que essas coisas fossem do tipo fazer amor no elevador de um prédio.
Mas, o que aconteceu foi que se perderam.. sem autorização nenhuma (nem dela, nem dele, nem dos anjos).

- Rafaela Alves.

Nenhum comentário:

Postar um comentário