quinta-feira, 29 de julho de 2010

Das perdas inevitáveis no caminho.



Engraçado como a gente quando sai do ninho sente saudade, daquelas pequenas coisas feito seu colchão, a imagem ruim da tv, o cachorro que ficou, as pessoas que víamos diariamente e quase nem pareciam especiais. Apesar da leveza das viagens, dos novos olhares, das pessoas que amamos e que a tanto tempo estiveram longe, hoje, tão perto, e parece que esteve comigo há tanto tempo.
Mas esse não foi o motivo pelo qual vim escrever hoje. Estou lendo o livro "para Francisco," de Cristiana Guerra. Um livro doce, com as pitadas salgadas das lágrimas, mas lindo, lindo.
Me deparei então com o pensamento de que tive as mesmas perdas, de diferentes formas.
Perdi meu pai ainda criança, custo a me recordar de 5 lembranças, perdi minha mãe a pouco mais de um ano e meio, e isso me causa dor, misturada a saudade, um incomodo de toda essa falta que ela me faz. Superei, em parte, ainda choro, mas sem desespero.
Perdi um amor, talvez da forma mais inusitada que se possa perder alguém, ele na verdade nunca existiu. E tenho certeza de que nem um livro explicaria bem o que aconteceu, embora eu tente algum dia.
Enfim, como Cristiana, eu e uma grande parte o mundo talvez, todos superamos, e embora doa (muito), continuamos seguindo. Como diria Caio Fernando, "contidamente, continuamos". Como se a vida nos empurrasse, mesmo sem nosso consentimento, e não há penhasco nenhum que possa impedir essa continuidade da vida. Lutamos contra o tempo, e até contra a vontade de Deus algumas vezes, sem perceber que Deus sorri e sabe o que se passa em nós.
Sabe da sua lágrima, do que te faz rir, do que você precisa ter e mais do que ninguém Ele sabe quem precisamos perder.

- Rafaela Alves.

Nenhum comentário:

Postar um comentário