
Talvez por coincidência, ou mesmo consequência, nesse tempo dormi antes da meia noite, busquei no meu sono um refugio, minha fuga da não realização dos meus sonhos. Preferi dormir à chorar sobre meus sonhos, até porque todos nós sabemos que no sono os sonhos são sempre reais, era o que eu queria, que todos fossem reais.
De qualquer forma eu me recuso a deixá-los, me recuso com convicção, embora confusa, me nego a desistir dos meus sonhos, fingir que são banais, fazer deles algo que poderia ser deixado para trás.
Não, não é assim que se tratam os sonhos. Eles são um tipo de pedras preciosas, com aquelas cores radiantes, rubi, esmeralda.. sonhos são cristais, que se deve ter cuidado.
Sonhos não podem ser jogados no chão, devem eles ficarem no ar dançando com a brisa, descansando sobre as nuvens, sonhos têm asas.
Sonhos, para falar a verdade, trazem para a alma uma luz mais brilhante, trazem leveza aos dias pesados, sonhos costuram sorrisos nos lábios molhados por lágrimas.
Os sonhos são sempre doces, que é pra tirar o salgado dos olhos. E se a gente não se lambuzar desse açúcar, acabamos por ser alguém só, sobre o chão de cimento, pés cravados na frieza do piso do nosso quarto.
É por isso que seguro forte meus sonhos, que é para eles me levarem até as nuvens, não gosto de pés no chão frio, sempre me dá uma dor de garganta danada.
Resolvi escutar minha mãe quando ela dizia: - tira esse pé do chão, menina.
Estou tirando mamãe, levando eles para pisarem no céu azul lisinho, calçar nuvens.
- Rafaela Alves.
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