segunda-feira, 28 de junho de 2010

Do silêncio de um adeus.


Todos nós sabemos que até o que é bonito acaba, é comum a beleza ser finita. Borboletas morrem, e até rápido demais, o céu fica nublado, crianças fazem birra, diariamente pessoas discutem.
O que é bonito sempre tem um fim, e precisamos até esperar que ele logo chegue, flores murcham, secam.
Não deve ser novidade que para mim o amor é a coisa mais bonita do universo, e é sempre, em qualquer plano desse mundo, o amor traz um sopro perfumado de rosas. Já disse também que amor é infinito, mas não citei sobre o fim da beleza, ela também acaba no amor.
E isso, claro, não significa que deixamos de amar, apenas começamos a olhar com outros olhos. Olhos estes inundados, talvez a lágrima tire a beleza dos olhos, talvez seja apenas o encanto que acabou, nem todo amor tem que ser bonito.
Amores bonitos, na verdade, são raros. Eles começam bonitos, mas as pitadas de mentiras tiram o brilho, a distância algumas vezes deixa amargo, a saudade faz salgar os olhos.
Não sei bem quando foi que aconteceu, quando foi que a beleza se foi, que a lágrima escondeu de mim o brilho. Nem mesmo sei quando o perdi, quando aquele cordão de luz que nos unia se partiu, não percebi quando ele se afastou tanto que eu não podia mais tocar suas mãos.
Talvez eu sempre estive consciente de que ele iria, de que não seria como planejei, que ele um dia seria apenas uma lembrança, um aperto contido no peito, um choro guardado, uma saudade infinita, uma ilusão.
Creio que muitos me avisaram sobre o sofrimento, sobre a dor, sobre a distância, mentiras. Nem sei o que pensei quando quis esperar algo que havia começado errado, nem sei como esperei tanto, sei que havia esperança, e era grande.
Havia sonho, tanto sonho que eu quase vivia entre as nuvens, quase podia tocar estrelas, quase o toquei. Mas, sabemos que quase não basta, talvez nem os sonhos, acho que por isso nunca sonhei com ele, quando dormimos devemos ir a lugares possíveis.
Não sei dizer se foi bom ou ruim esse fim, mas sei que acabou, até arrisco a dizer que era para ser assim. Mas, como só a beleza acaba, continuo amando.
Felizmente meus olhos estão secos, posso olhar a estrelas hoje, posso até sorrir, continuo viva. Mais dolorido do que te perder seria não aceitar essa perda.

Pode ir que eu vou seguir o caminho mais distante do seu, que é para as lágrimas não voltarem, vou fazer da saudade apenas lembrança, vou fazer da dor uma cócega, vou fazer de você uma borboleta bonita, que morre e nem por isso deixou de ser bela, de trazer sorriso, de colocar brilho no olhar.
Farei de nós dois, do nosso amor vento, uma coisa que sentimos, mas não vemos. E talvez lá do outro lado seja diferente, caso eu te encontre eu faço um laço e te entrego de presente o meu coração, podemos até realizar os nossos planos. Mas, enquanto estamos aqui escolhe o teu lado que eu sigo pelo outro. Ouvi dizer que 'linhas paralelas se encontram no infinito', esse é o nosso caso.
Eu o amo e a distância nunca mudou isso, só estou aceitando a decisão que tomou de seguir, aceitando silenciosamente, se eu gritasse para que ficasse não seria amor, seria apenas escândalo.

- Rafaela Alves.

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