segunda-feira, 21 de junho de 2010

Daquilo que aprendi com o tempo ou Da eternidade do amor.

Com o tempo aprendi que a ansiedade não faz bem, que o desejo, quase que louco, de ter algo não nos leva a lugar algum, que os choros e gritos desesperados faz doer o estômago e a cabeça.
Com o passar dos anos aprendi que o amor, aquele verdadeiro, não acaba jamais. Que posso superar mais do que imaginava, que algumas pessoas nos fazem sofrer, e por alguma coisa boa que vem de dentro, sabemos perdoar. Aprendi talvez mais do que qualquer coisa, que dias e meses passam, mas que isso não arranca sentimentos. Descobri então, que alguns sentimentos são eternos.
Não os de raiva, irritação, mágoa, tristeza. Creio que aquele que perdura, aquele que chega ao infinito é somente, e felizmente, o amor. Saudade também é longa, mas um dia ela passa, nem que para isso eu tenha que aguardar a passagem para o outro plano.
Uma coisa muito boa que trago comigo é essa, minha crença em que a vida terrena é apenas um segundo no universo. Nada aqui é eterno, exceto a alma, e sim, os sentimentos que ela carrega.
É por isso a minha calma de hoje em dia, antes estive desesperada, estive sufocada em um mergulho longo sob minhas lágrimas, estive mal.
O tempo também é eterno, mas entendi, embora tarde demais, que o tempo é amigo. Consegui enxergar o que os minutos passando podem trazer algo de bom. Essa coisa inesperada, futuro, mistério. E não é por essa coisa toda que não sabemos ainda, que devemos ficar ansiosos, é quase que fazer da espera um prazer.
Foi amando que eu aprendi isso, satisfação em esperar algo, confesso que ainda espero e isso já faz bastante tempo. Porém, hoje sei esperar com um sorriso nos lábios, com borboletas no estômago (não mais aquela dor que me consome). Deixei que o amor tomasse mais um lugar dentro de mim, o da aflição. Decidi ser tomada por um sentimento bonito, permiti que ele percorresse pela alma, encobrir a dor, lágrimas, ansiedade, o desespero.
Pode parecer confuso, mas também confesso que estipulei um tempo, para mim mesma, um momento em que não me caberia mais esperar. Continuo tomada pelo amor, como sempre estive, mas precisei de um dia em que me submeteria à obrigação de levantar e seguir (embora ainda com o desejo de permanecer na espera).
E é isso, esse dia está chegando, não posso esconder o meu coração disparado, nem mesmo uma pitada de ansiedade, mas posso dizer que resolvi acreditar no tempo. Como eu já disse, ele é amigo, normalmente amigos não nos deixam na mão, mesmo depois de anos.
Esperar, contando dias dentro de anos, para mim nunca terá sido em vão, seja lá o destino que Deus me reserva.
Aprendi que no amor, em especial aquele de almas gêmeas, a eternidade é companheira. Por isso a minha calma em aguardar silenciosamente. Embora nesse meu desejo gritante de que chegue, ainda a tempo, de me encontrar sentada.


- Rafaela Alves.


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