terça-feira, 11 de junho de 2013



Sentou-se silenciosamente no banco do ônibus, pouco povoado com aquelas pessoas de final de expediente, rostos cansados, fones de ouvidos e conversas diárias.
Manteve o som bem alto, também era de fones a sua fuga das ruas solitárias.
E pensando, num segundo e noutro em todos os assuntos que lhe afligiam a alma, seus olhos mergulharam-se no mar discreto, pelo receio que tinha perante o mundo de ser sensível demais.
E entre uma curva e outra, num desespero qualquer, levantaram-se uma mãe e uma filha para se sentarem juntas no banco duplo mais alto do ônibus.
E o mergulho dos olhos foi mais intenso nesta hora, porque no peito batia a saudade e um desejo de que as horas voltassem e tudo fosse como uma segunda-feira qualquer às seis da tarde, de anos atrás, num ônibus sentadas naquele banco mais alto, cheio de alegrias.
Pensou o quanto uma pessoa era feita de soluções e esperança bonita. Sentiu falta da palavra amiga, um abraço grande e sorriso doce.
Depois desceu do ônibus secando as lágrimas para enfrentar a vida como quem não tem saudade.

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