quinta-feira, 16 de maio de 2013

Do olhar e da presença 'borboletil'.



Foi ai que ela passou a ter um olhar borboletil.
E talvez ela tenha inventado essa palavra, querendo expressar a leveza e o colorido dos olhos depois que o encontrou. Assim, de pertinho. Porque até um tempo atrás a menina do olhos de borboletas não sabia do encaixe perfeito que tinha aquele braço acolhedor.
Quando deu por si era tarde pra querer voltar a ter olhar de casulo solitário, sem forças para bater asas coloridas por ai.
Era tarde porque os olhos já entregavam a alegria voejante que quebrara o casulo da alma. Era tarde porque o coração inundado já transbordava de saudade do abraço, do beijo, da presença que também é borboletil (de tão suave e bonita que é).
Era tarde porque percebera que não era mais só uma semente que habitava seu coração. Brotou, e de alguma forma, sem perceber, germinada a semente se tornou planta. E agora cresce, a cada regar diário que ele faz, sem saber que só o sorriso já acalma, que só um entrelaçar de dedos revigora e o olhar... ah esse tem a profundeza mesma que o céu.
Era ele, o de presença borboletil, que fazia o dia nascer com mais vida, porque ainda que as janelas estivessem fechadas quando acordava ao seu lado, o sol já raiava nos olhos.
E aquela luz, clareava a presença das borboletas oculares e acusava que ali não havia mais casulo, nem solidão. Bateu asas, voou, deu lugar para alegria e amor.

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