segunda-feira, 23 de março de 2015

Pensamentos desconexos, incompreensíveis a outrem.




Esplêndido desejo. Somos eternos carentes, de dor e de carinho. Inquietudes nos alimentam, reclamações nos sustentam. Desequilibrados. Buscamos felicidade, sempre. Inevitável é a loucura. Sã em si, impulsiona a verdade. Ninguém na verdade sabe bem o que quer. Cada dia tem seu propósito, cada um tem sua esquerda e sua direita. Às vezes apagada, às vezes acesa. A luz nem sempre é uma questão de claridade. Somos obrigados a matar subitamente um leão por dia, semana talvez, o tempo se arrasta de vez em quando. Sirva-me algo pra beber, que seja mais forte do que os tapas na cara que o mundo dá. Aprendi a lidar com a dor. Não com o amor. Todo ser tem seus mistérios. É difícil decifrar alguém. Aliás, somos eternos dissimuladores. Máscaras não são só para carnavais. O mundo exige certo aprisionamento, pra quem não quer julgamento. Deixa pra lá, quero me despir. Minha nudez deveria calar a sujeira das críticas. Ser transparente é insanidade hoje em dia. Acho que queremos um pouco menos. Cresce o mundo, tecnologia, informação, mas o cérebro parece diminuir. Bendita corrupção. Aos seres humanos um abraço. Quero ser só um espírito em evolução. Que fiquem com o ouro e a mentira. Quero ser só um sopro nesse mundo de ignorância. Veja lá o céu. Quero voltar. Se eu ficar perdoe meu silêncio que ainda condena. Quero um beijo da humildade. Somos filhos da falsidade. Permita-se um pouco de liberdade. Só me amarre se for para arrepios. Quero prazeres. Mas, carrego a busca do sutil. Não se confunda com a minha confusão. Ando na noite pra ver se faço faísca na escuridão. Quem me dera ser como uma estrela. De dia tento vestir sorriso, falar e agir amor. A neblina permanece ainda que sol. O mundo ainda implora por carinho. Sou só mais uma. Somos sós. A solidão tem sido minha companhia. Às vezes a gente canta, às vezes eu choro pra ela. Coisas que ninguém vai entender. Vou voltar pra rotina. Vou fingir que tudo anda bem. Vou ver os jornais e não me preocupar com o estado terminal desse mundo. Não vou mover nenhuma palha. Sou uma revolucionária com preguiça. Me chamem de hipócrita. Eu cansei. Deixe chegar amanhã. Outro dia. Outros pensamentos. O que escrevi, jogue fora quando a noite chegar. Sou mais do que uma metamorfose. Só quero passar. E talvez chegar, onde eu ainda não sei. Quem quiser ficar que fique. Quem quiser seguir que siga. Quem quiser saber onde é meu destino, que enfim, me ame. Minha inconstância é fato, de exato só minha insensatez. Mas, se uma só certeza lhe bastar, e é a única que tenho sobre mim. Eu quero viver de amor. E só.


Rafaela Alves

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